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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Rotina Clássica Oriental


O termo música clássica é utilizado para indicar qualquer música que não pertença às tradições folclóricas e populares. E dentre as ramificações da música árabe está a música clássica oriental. Ela é geralmente composta por grandes orquestras e ganhou uma textura mais rica, com instrumentos específicos ou grupos de instrumentos dominando certos trechos da música. A percussão marca os ritmos e faz alguns floreios, enquanto os instrumentos melódicos produzem a melodia. É necessário conhecê-los, estudá-los e interpretá-los, tanto instrumentos quanto ritmos. E eles aparecem na música clássica, seguindo certa estrutura, que conheceremos a seguir.

Introdução: Nos países árabes é comum as bailarinas dançarem junto às grandes orquestras já mencionadas. Por isso, a introdução é respeitada como o momento de apresentação da orquestra.  É praxe a bailarina não entrar em cena nessa hora.
Chamada da bailarina: Em muitas músicas uma breve marcação de percussão indica que está chegando a hora da entrada da bailarina em cena. Aqui é possível optar por fazer uma entrada sutil ou esperar o próximo momento.
Entrada em cena: Aqui há uma mudança na música. Começam a aparecer ritmos mais rápidos, como o Malfuf, que pedem deslocamentos, giros, arabesques, developés, envelopés, chasse, uso cênico... É um momento de grandiosidade, de entrar em cena de forma elegante e altiva, mas sem perder em simpatia. Podemos utilizar acessórios, como véu. Aqui quem se apresenta ao público é a bailarina, cumprimentando-o e o convidando a embarcar com ela nessa incrível viagem!
Mudança rítmica e/ou cadencial: Aqui começam ritmos cadenciados. Podemos explorar movimentos tradicionais. Os deslocamentos espaciais, se o fizer, precisam ser menores. Esse é um momento de descontração, de movimentos soltos, pés no chão, quadris reverberados.
Taksim: Nesse momento há um improviso por parte da orquestra, um jogo de perguntas e repostas entre dois ou mais instrumentos. Aparecem os ritmos lentos acompanhados de instrumentos melódicos (flautas variadas, como a nay e a kanun, alaúde, acordeon, violino, etc). E a bailarina aqui, improvisa em sua dança, junto com a orquestra. Se volta para si mesma, é convidada a introspecção e a exploração interpretativa plena. É possível preencher o espaço com movimentos sinuosos, arredondados , flexibilidade e braços suaves de forma sutil. A calma e a clareza na execução dos movimentos farão diferença em sua dança.
Folclore: A maioria das músicas clássicas apresenta trechos de ritmos folclóricos (said, khalige,  falahi, zaar, muwashahat, etc). Por isso é necessário conhecer pelo menos um mínimo de danças folclóricas e ritmos, respeitando os movimentos típicos, que serão solicitados nesse momento. O folclore precisa ser reconhecido em seus movimentos! 
Percussão: Alguma música apresentam ainda um trecho de percussão, com instrumentos como derbake, dahola, daff, snujs, entre outros. Movimentos marcados, técnicas de quadril, destreza e velocidade são bem vindos!
Retorno do tema: Geralmente há um retorno ao ritmo e melodia do momento de entrada da bailarina. Aqui você sabe que está chegando o fim da música. Novamente entram em cena os deslocamentos grandiosos! A bailarina agradece e se despede de seu público.
Grand Finale: Aqui é o final de seu show, que deverá ser de grande impacto, surpreendendo a todos!

Podemos observar que a música tem diversos humores e a bailarina deve ser como um instrumento que traduz a música, em sua sonoridade e em seu sentimento. Dance o que a música está pedindo como se você a estivesse apresentando para alguém que não pode ouvi-la. Busque uma sintonia perfeita, tornado-se um com a música!

 Ju Najlah

Fontes de pesquisa: Revista Shimmie e aulas feitas com Suheil, Carla Moretti e Aryana Rebelo 

Um comentário:

  1. Interessante que a pesar de nuances do ritmo da Rotina Clássica Oriental, devemos ser clara porém sutil nas transferências dos movimentos no momento da dança.
    Adorei o Estudo!

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É preciso transformar a música em dança, num movimento de fora para dentro, mas principalmente, num movimento inverso, externalizar os sentimentos, transparecer a alma, transformar o corpo em música, em dança, em arte. A unidade se faz em todos os sentidos. O seu estilo de dança não será criado. Ele já existe. Basta você abrir espaço para que ele possa surgir. Dance com alma!

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